Aquele vazio

Meu corpo antes tomado pela vontade, se encontra no equilíbrio da verdade
Desconheço os motivos do destino, se ele prepara água ou vinho
Uma fúria contra as incertezas do mundo abafada pelas suas surpresas
A felicidade encontrada no trabalho, no amor, modesta beleza
E por mais que conheça ainda sinto aquela frieza
Um vazio que parece ter essência na própria natureza
Que não consigo sanar nem mesmo com as maiores proezas
E fico sujeito aos seus danos como um animal, fera ou besta

Espontâneo

Se o ar ao meu redor sufoca
A luz ilumina e queima a pele morta
As pessoas ja não tem mais lugar
A vontade pela mulher
A vontade de beijar
Passou como uma noite de azar
E se cada novo dia conspira contra meu avante olhar
Perco o sentido, desprendido pelo próximo passo a dar
E na rua do ser pensante que toma conta do meu "eu"
As coisas parecem fazer um sentido que pra mim nunca viveu
E confunde desconhecer, esquecer as experiências de quem já viveu
Ter o dejavu, sentimento ou culpa de quem já morreu
Novas sensações a cada minuto de vida
Uma folha em branco excitada por ser preenchida
Marcada por histórias que foram apagadas em outras vidas

Carnaval

Se sua voz ouço no vento
E seu perfume já não sinto mais
Seus beijos já viraram pensamentos
É a saudade batendo no peito
Como um tambor no carnaval
Uma hora de folego com alto astral
Enquanto a bateria faz sua percussão
E a morena rebola com paixão
Eu procuro um beijo que leve as alturas meu coração
A folia é o corpo, a energia seu suor, o tesão a sensualidade
Que nas ruas nunca existem de uma maneira só
E naquele gingado gostoso e natural a mulata esfria a cabeça e aquece meu sangue
Preparando a noite e o samba

Reviravolta

As vezes me vejo sem vontade de te ver
Pensando meses atras que só queria te ter
Daria a lua por um beijo
Nadaria rio acima por amor
Enfrentaria os males desse mundo por onde for
Dentraria o deserto sem medo Só para lhe buscar uma flor
Mas a vontade acabou Foi assim sem explicação
Feito um tufão numa noite de verão
Que arrancou minha paixão

Giro da vida

Mulher é carne
Amigo é interesse
Cerveja é amizade
A vida è imoral
Em cada bairro, estado ou cidade natal
Deus é o mestre eu suposto mortal
Marionete ou brinquedo do seu destino infernal
A vida como uma cerveja choca
E a morte de longe já abre as portas esperando o sinal
As pessoas salivam pela sua fortuna
Cobiçam o seu agrado, como um urubu espera a carniça deixada de lado
E a vida passa, com prazeres sem significado, momentos felizes pra outros amargurados
Amadurecer na vida é complicado se em você ainda existe a esperança de acertar os valores trocados